Tributo a Rob Stewart
3 de fevereiro de 2018A Jornada é individual, intransferível… é única e só sua!
4 de março de 2018“Feche seus olhos. Apaixone-se . Esteja lá. “ Rumi~♥
Dos enganos e desenganos, encantos e desencantos do Amor…
Quem realmente experimentou, sentiu… Amou?
Você conhece a verdadeira natureza do Amor?
Sem saber da verdadeira natureza do amor somos levados pelas correntes do Karma ao ciclo quase que infinto de repetições…caindo no mesmo buraco muitas vezes na mesma existência ou ainda em várias delas.
Será que estaremos fadados a uma série de tentativas e erros?
” Quero ver você cantar como louca e rodopiar como um dervixe!” ~Bill Parish
Peguemos as pistas deixadas pelos sábios…seus sussurros de amor…
Segundo os gregos há quatro palavras ou níveis para definir o amor:
Pornéia: é o amor do bebê pela mãe, o amor de consumo, ama-se o que o outro pode oferecer, no caso nutrição, alguns não evoluem e na vida adulta seguem neste nível de consciência de consumo que vai de objetos a relacionamentos.
Eros: é o amor pela beleza, Platão , filosofo ateniense que viveu por volta de 348/347 a.C., dizia que “o amor pelos belos corpos, desperta amor pelas belas almas”, será? Eu tenho cá minhas dúvidas, este é o nível da sedução, sexualidade, erotismo, que muitas vezes pode ser fonte de mais ilusões do que clareza sobre o verdadeiro Amor.
Philia: é o nível do amor da amizade, há ressonância de gostos, prazeres, estudos, ideais, e pode evoluir ao nível do Ágape.
Ágape: é o amor divinal, de reconhecimento do Ser Divino que há no outro e em si mesmo, é o amor de compartilhamento, paciência, incondicionalidade, e que expande as fronteiras do casal e inclui a humanidade, o planeta, os multiversos…é o amor de missão. É o Amor que por instantes é sentido e expressado pelos poetas, loucos e pelos Santos…
Para saber se estamos em conexão com as mais altas vibrações do amor, é só checar se estamos no nível de consciência da fome, do erotismo, da amizade ou do Amor Divino. É bom lembrar que o Amor Divino não exclui os níveis anteriores, mas os integra…e nos faz cantar como loucos e rodopiarmos como dervixes.
O poeta Persa do sec XIII, Rumi , membro da ordem Mevlevi dos dervixes rodopiantes, escreveu sobre este nível de consciência do Amor em vários diálogos ora com o companheiro de práticas Sufis, Shams de Tabriz, ora em diálogos com o Criador- O Amor e o Amado!
Do Amor para o Amado:
“Deixe seus Corações dançarem no fogo do seu Amor.”
***
“Não há nada neste mundo que não seja um presente de você.”
***
“Feche seus olhos, Apaixone-se , esteja lá. “
***
“Eu estarei esperando aqui ….
Para que seu silêncio se quebre,
Para que sua alma trema,
Para que o seu amor acorde! “
***
“Além do amor, tudo passa. O caminho para o céu está em seu coração. Abra e levante as asas do amor!”
***
“O amor me disse, não há nada que não Sou.
Fique em silencio.
Se você soubesse o segredo da vida você também iria escolher,
nenhum outro companheiro, mas o Amor. “
***
“Deixe a beleza do que você ama ser aquilo que você faz.”
***
“A ferida é o lugar por onde a luz entra em você.”
***
“Sua tarefa não é buscar amor, mas meramente buscar e encontrar todas as barreiras dentro de si próprio que você construiu contra o amor. “
***
“Vem,
Te direi em segredo
Aonde leva esta dança.
Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
Giram desnorteados.
Cada átomo
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do sol.” – Rumi -♥
Foi com as idéias, ensinamentos e poesia de Rumi que a prática dos dervixes rodopiantes virou um ritual, que se tornou a tradição Mevlevi , nesta tradição o praticante dervixe faz uma jornada mística de Ascensão Espiritual através da dança e do amor, o nome desta Jornada é Sama. E no êxtase do giro, o ego é flexibilizado e a União com a Perfeição de Deus acontece. O praticante, tendo sido tocado pela Graça, retorna ao mundo tridimensional transformado e apto para o servir incondicional a toda Criação.
Sama – significa “escuta”, escuta de Deus. É jornada iniciática através da dança do dervixe, que pratica o giro da esquerda para a direita para ter o dhikr, a lembrança de Deus.
O Dervixe – do persa Darvīsh – significa porta, passagem – é um praticante aderente ao islamismo sufista que segue o caminho ascético da “Tariqah”, conhecidos por sua extrema pobreza e austeridade, é o iniciado no Caminho Sufi, que representa a Jornada Iniciática rumo a Unidade com o Criador.
E agora a Sama:
“Sama”
“Viemos girando do nada, espalhando estrelas como pó.
As estrelas puseram-se em círculo e nós ao centro dançamos com elas.
Como a pedra do moinho, em torno de Deus gira a roda do céu.
Segura um raio dessa roda e terás a mão decepada.
Girando e girando essa roda dissolve todo e qualquer apego.
Não estivesse apaixonada, ela mesma gritaria – basta!
Até quando há de seguir esse giro?
Cada átomo gira desnorteado, mendigos circulam entre as mesas, cães rondam um pedaço de carne, o amante gira em torno do seu próprio coração.
Envergonhado ante tanta beleza giro ao redor da minha vergonha.
Vem Ouve a música do sama.
Vem unir-te ao som dos tambores!
Aqui celebramos:
Somos todos a verdade.
Em êxtase estamos.
Embriagados sim, mas de um vinho que não se colhe na videira;
O que quer que pensem de nós em nada parecerá com o que somos.
Giramos e giramos em êxtase.
Esta é a noite do sama
Há luz agora.
– Luz ! Luz!
Eis o amor verdadeiro que diz a mente: adeus.
Este é o dia do adeus.
– Adeus ! Adeus !
Todo coração que arde nesta noite é amigo da música.
Ardendo por teus lábios, meu coração transborda de minha boca.
Silêncio!
És feito de pensamento, afeto e paixão.
O que resta é nada além de carne e ossos.
Por que nos falam de templos de oração, de atos piedosos?
Somos o caçador e a caça, outono e primavera, noite e dia, o visível e o invisível.
Somos o tesouro do espírito.
Somos a alma do mundo, livres do peso que vergasta o corpo.
Prisioneiros não somos do tempo nem do espaço, nem mesmo da terra que pisamos.
No amor fomos gerados.
No amor nascemos.”~ Rumi -♥
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